Americana Sears prepara pedido de recuperação judicial

Empresa, que já foi maior rede de varejo do mundo, tem registrado prejuízos por sete anos seguidos

NOVA YORK  – A Sears Holdings está preparando um pedido de recuperação judicial para ser apresentado na próxima sexta-feira, afirmaram fontes nesta quarta-feira, lançando dúvidas sobre o futuro de uma empresa que já foi a maior rede de varejo do mundo. As negociações entre o presidente-executivo da Sears, Eddie Lampert, e uma comissão especial do conselho de administração da companhia estão emperradas por conta da recusa do grupo em aprovar o plano de resgate proposto pelo executivo, disseram as fontes.

A companhia era a maior rede de varejo do mundo na década de 1960 e se tornou um símbolo da dificuldade das lojas físicas em competir com rivais on-line liderados pela Amazon. As ações da icônica companhia norte-americana valiam mais de US$ 100 uma década atrás, mas recuaram para menos de US$ 1 no ano passado. Nesta quarta-feira, as ações da Sears despencavam mais de 35% às 12h34 (horário de Brasília), cotadas a US$ 0,38. A Sears tem registrado prejuízos por sete anos seguidos e suas vendas não crescem desde a crise financeira internacional de 2008.

Lampert, um investidor bilionário, quer reestruturar a dívida da empresa sem fazer um pedido de recuperação judicial porque considera o processo como um risco para empresas de varejo. Representantes da Sears não comentaram o assunto.

O executivo, que também dirige o fundo de hedge ESL Investment, propôs em setembro um plano para reduzir a dívida da Sears de US$ 5,6 bilhões para  US$ 1,2 bilhão. Lampert e a ESL são os dois maiores acionistas da rede de varejo.

A comissão especial da Sears está avaliando uma oferta anterior de Lampert para comprar a marca de eletrodomésticos da rede, a Kenmore, por até US$ 480 milhões. Em outra tentativa de evitar a insolvência, a Sears vendeu no ano passado a marca de ferramentas Craftsman para a Stanley Black & Decker por US$ 900 milhões.

A Sears comprou a rede de varejo de desconto Kmart por US$ 11 bilhões em um acordo orquestrado por Lampert em 2004.

(Fonte: Jornal o Globo)