Estaleiro Enseada oficializa pedido de recuperação judicial

A Enseada Indústria Naval, responsável pelo estaleiro em Maragojipe, entrou com pedido de recuperação judicial, abrangendo dívidas de R$ 2,3 bilhões a serem renegociadas, segundo informou nesta terça-feira, 9, a assessoria de comunicação da companhia. “A medida possibilitará a implantação de uma reestruturação financeira definitiva, de forma coordenada, segura e transparente, permitindo a continuidade das suas atividades operacionais e de sua função social de garantir e gerar empregos”, afirmou em nota a empresa, que integra o Grupo Odebrecht. De acordo com o comunicado, a Enseada deve seguir normalmente com suas atividades, mesmo diante da falta de contratos no setor.

Considerado um dos maiores investimentos da história da indústria de construção naval nacional, o Estaleiro Enseada também representou um dos maiores investimentos privados da Bahia nos últimos 15 anos. A companhia chegou a empregar nove mil trabalhadores no período das obras, mas foi impactada pela crise no mercado de construção naval e offshore brasileiro, com a suspensão de encomenda de novos navios petroleiros, após os escândalos de corrupção envolvendo contratos com a Petrobras. A crise provocou a demissão dos trabalhadores, afetando ainda a economia de Maragojipe e região.

Tentativa extrajudicial

Segundo informou a companhia, desde o final de 2014, a Enseada vem envidando esforços para quitar as dívidas. Em 2017 foi apresentado um plano de recuperação extrajudicial, “visando reestruturar grande parte de seus passivos, o que de fato ocorreu”, frisa a nota. O plano, entretanto, era sustentado na retomada, ainda que tímida, do mercado de construção naval e offshore no Brasil ao longo do triênio 2017-2019, o que não ocorreu.

“O cenário foi agravado por alterações de políticas públicas e flexibilização de regras de conteúdo local, tendo como resultado uma queda abrupta das encomendas do setor para a indústria de construção naval e offshore”, destaca a nota.

 

Fonte: A Tarde