Justiça homolga plano de recuperação judicial de estaleiro Ecovix

A justiça homologou nesta segunda-feira o plano de recuperação judicial do estaleiro Ecovix, do grupo Engevix, que tinha listado dívidas de cerca de 8 bilhões de reais.

A companhia entrou com o pedido de recuperação em dezembro de 2016 depois de ser atingida pelos efeitos das investigações da operação Lava Jato sobre a Petrobras e a Engevix. O estaleiro instalado no Rio Grande do Sul tinha contratos para entrega de 6 a 7 plataformas para a Petrobras, das quais conseguiu entregar cinco, antes da estatal cancelar o restante da encomenda.

“A justiça manteve integralmente o plano de recuperação proposto e fez algumas recomendações… Tem uma série de sucatas, sobras de plataformas que não foram construídas ou entregues. A empresa precisa vender isso antes de voltar a operar”, afirmou o advogado encarregado pelo plano de recuperação da empresa, Alexandre Faro, do escritório Freire, Assis, Sakamoto e Violante.

Segundo Faro, o plano de recuperação envolve um período transitório de dois anos em que a Ecovix vai se focar em atividade portuária, como atracação de embarcações e movimentação de cargas, e processamento de aço para indústria metal mecânica antes de ser vendida para interessados para pagamento dos credores.

Ele afirmou que ainda não há interessados listados na sucata acumulada, que inclui até partes da plataforma P71, que podem ser aproveitadas em uma nova plataforma. “Todo mundo aguardava a homologação do plano. Isso (contatos de interessados) deve acontecer agora”, disse Faro.

Segundo a Ecovix, que afirma ter o maior dique seco do Brasil, as instalações da empresa possuem 100 mil toneladas de sucata e entulho de obras que terão de ser removidas.

O diretor operacional da Ecovix, Ricardo Ávila, afirmou em comunicado que a homologação do plano “descortina um cenário muito favorável ao estaleiro. Entendemos que possíveis investidores, com quem temos avançado nas conversações, se sintam mais confortáveis em desenvolver seus projetos em parceria com a empresa. É mais um passo na nossa retomada”.

A companhia afirmou que o plano de recuperação envolve a finalização da P-71, “considerada essencial para a continuidade das atividades do estaleiro”. A plataforma está 30 por cento concluída no dique seco da empresa, que está prospectando interessados no mercado em finalizá-la.

(Fonte: Extra)